Capítulo twenty four (24)

- Meu Deus! - Chris parecia ter levado um grande choque.
 
 


 
Chris POV
 
Não conseguia acreditar no que tinha acabado de ler. Não podia ser verdade! Só pode ter sido algum poser ou hater que fez essa brincadeirinha de super mal gosto. Não se faz esses tipos de brincadeira com ninguém! Nem com o seu pior inimigo.

- O que houve aqui? - Harry entrou e percebeu minha expressão aflita e as mãos trêmulas.
- O pai da Chris! - respondi quase sem voz.
- M- morreu? - Harry perguntou num tom assustado e sacudi com a cabeça que não.
- É diferente disso. Ele tá vivo! Ele voltou! - mostrei a carta com a letra quase ilegível pra Harry.

O pai da Gwen era soldado e uma vez, quando saiu pra trabalhar numa missão, e nunca mais voltou. Gwen e a sua mãe passaram dois anos de angústia á procura de seu pai, mas nunca tiveram notícias concretas nesse período. Logo depois, as forças militares mandaram uma carta de óbito dizendo ter encontrado o corpo de James Smith, mas sua mãe não teve coragem de ir reconhecer o corpo e Gwen era nova demais para visitar um I.M.L.
Gwen e seu pai eram muito colados. Ela já me mostrou um baú de fotos que guardava na casa de seu tio com muitas fotografias dela com o pai. Gwen tinha sete anos e ele parecia ainda estar entre os vinte e sete anos. Estava jovem e forte, cabelos lisíssimos como o de Gwen. Ambos sorriam alegres, pareciam amigos de longa data, inseparáveis. Devia ser um cara gente boa.

- Seu pai não estava morto? - Zayn tentava manter a calma, mas Gwen não tinha condições alguma de responder. Ficamos tão preocupados com ela, que tivemos de leva-la até um hospital mais próximo discretamente, sem preocupar os fãs. Enquanto isso, eu e Louis fomos atrás da Becka pra descobrir de onde tinha saído aquela carta e saber se a notícia era real.

- Zayn, cuida dela! - Niall.
- Não, não... Só tô abraçando ela de sacanagem. - Zayn ironizou enquanto botava a Gwen no carro e deixei um risinho escapar.
- Eu vou no meu carro, daqui a pouco a gente se vê. - Harry me selou e foi correndo pro seu carro para segui-los até o hospital.
- Agora vamos encontrar a...
- LOUIS! - um grupo de meninas á uns duzentos metros de distância soltou um berro.
- Ah, que droga! - falei baixo.
- Corre? - Louis.
- O QUE VOCÊ ACHA DAQUILO? - apontei para uma multidão que se formou atrás das garotas.
- CORRE! - eu e Louis começamos a correr feito loucos pelo estacionamento até chegarmos dentro do backstage sã e salvos. Acho que corremos uns dois quilômetros. Não consigo sentir minhas pernas! Louis ainda levou um tombo ao fazer uma curva estreita no corredor do estacionamento e acho que se machucou. O joelho da calça jeans que ele usava estava com um pouco de sangue.

- Alguém, por favor, pode ajudar aqui o Louis? Ele se machucou. - falei assim que entrei na enfermaria. Louis veio logo atrás, mancando, e me segurou pelo braço.
- Não tá doendo. Para de drama! - disse entre os dentes, quase num sussurro.
- Senta aqui, Tomlinson. - a enfermeira deu uma batidinha na maca para que Louis sentasse ali.
- Eu tô bem enfermeira.... - Louis cerrou os olhos para enxergar o nome da enfermeira no crachá. - Enfermeira Tania! - sorriu forçado. Louis não me engana.
- Pera aí que eu vou ligar pra Elê. - ameacei pegar o celular na minha bolsinha.
- Não! Não! - Louis segurou minha mão. - Quer ver um furacão Catrina? Tá maluca?
- Então para de ser frouxo e senta logo naquela maca.
- Frouxo?! - riu sarcástico e foi andando até a maca. - Frouxo, frouxo... - ficou resmungando pra si mesmo. *risos.
- Alguma dor de cabeça, visão turva, enjôo...? - a enfermeira perguntava enquanto analisava os olhos do Louis com uma lanterninha de luz branca e forte.
- Não. - respondeu calmo.
- Pode tirar a calça pra que eu possa examinar o joelho? - Louis fez uma cara de surpreso e ri. - Calma rapaz. - a enfermeira riu da sua reação. - Eu só vou examinar o joelho.
- Se é assim... Tudo bem! - Louis se levantou e tirou calça. Foi tão rápido que nem deu tempo de eu sair para não ter que vê-lo... Ahn... Sem calças. Ele estava de boxer, então não tinha muito problema. Já tinha visto o Louis de boxer antes, mas... O que é aquilo no joelho dele?
- Caramba. Tem bastante sangue. - a enfermeira disse enquanto passava um algodão.
- Sangue? - olhei com mais precisão. Sim, era sangue. De repente, ficou tudo preto e só me senti estranha.
- CHRIS?! - escutei a voz do Louis lá no fundo e não lembro de mais nada.


Harry POV

Por sorte, o hospital estava vazio hoje e tinha bons médicos disponíveis. Gwen entrou na sala, já desmaiada, com duas enfermeiras e tivemos de ficar na recepção esperando.
Zayn não sentou em nenhum minuto que ficamos aguardando notícias. Andava de um lado pro outro, desnorteado, sem rumo algum. Estava tão inquieto que estava começando a me irritar.

- Cara, senta aqui pelo amor de Deus! Já não aguento ver você dando a milésima volta nesse cubículo.
- Será que aconteceu algo grave? - ele perguntava a si mesmo enquanto roía os últimos vestígios de unha.
- ZAYN! - Liam se levantou, o pegou pelos ombros e o sacudiu forte.
- O que? - ele olhou assustado.
- Vai ficar doente agora? Para de doidice e senta aqui. - Liam o conduziu até o banco que estávamos sentados.
- Senhor Malik? - uma doutora mais velha, apareceu em um dos trezentos corredores do hospital com uma prancheta e óculos nas mãos.
- Sou eu! - Zayn já estavas prestes a sentar, mas voltou de pé assim que o chamou.
- A sua namorada já está liberada. Pode me acompanhar para que eu passe algumas recomendações?
- Sim, claro! - um sorriso voltou ao seu rosto, mas ele ainda estava preocupado. - Já volto. - olhou de relance pra gente e foi caminhando atrás da doutora.
- Será que a Chris já conseguiu encontrar a Becka e o dono daquela carta? - Liam perguntou baixo.
- Eu ligo pra ela! - peguei o celular do bolso e disquei o número.

Ligação ~
 
Tuuuu.... Tuuuuuu... Tuuuuu.... Tuuuuu... Tuuuu.... Oi! Aqui é a Chris. Deixe seu recado depois do bipe! .... piiiiii! - desliguei a chamada.

- Tá dando na caixa de mensagens. - guardei no bolso novamente.
- Vai ver que ela está conversando com a Becka ou está resolvendo tudo. - Niall. - Licença, que eu vou ligar pra Madá. - se levantou e foi pra fora da recepção. Madá tinha ido embora no fim do show porque tinha de acordar cedo no dia seguinte pra ir pro curso.
 
 
Gwen POV

Acordei numa maca de hospital, com cheiro de hospital e a roupa do show. Eca! Meus olhos ardiam, mas eram de tanto choro. Mal tinha conseguido ler a carta e passei mal. Me lembro de estar saindo com o pessoal pelo corredor do backstage e de repente eu apaguei.
Consigo lembrar perfeitamente do momento em que eu estava prestes a beijar o Zayn. Ia ser perfeito! Agora, analisando essa cena, me parece um sonho. Aqueles sonhos em que você acorda triste por terminado e bate aquela saudade no peito. Eu quero meu menino, agora! Eu preciso dele.

- Por aqui, por favor. - uma voz feminina e madura disse se aproximando da sala onde eu estava. A porta se abriu e era a doutora junto com o Zayn.
- Gwen!
- Zayn! - pulei daquela maca e caí em seu abraço. Doce e reconfortante como um caramelo em dias de chuva. Eu esperei meses por aquele abraço. Suas mãos me apertavam firme como se não quisesse me soltar nunca mais. Encaxei minhas mãos perfeitamente em seus cabelos negros e macios, acariciando bem de leve, quase parando. Sua respiração quente se espalhava em meu pescoço junto com a ponta do seu nariz que roçava em cada cantinho dele, me trazendo arrepios.
- Gente? - a enfermeira riu e nos separamos. Zayn olhava em meus olhos com um meio sorriso nos lábios. Eu fiz a coisa certa? Errando ou acertando, preferia manter minha expressão normal, sem sorrisos. Tô muito confusa a cada momento. - Eu tenho algumas recomendações pra você, mocinha. Sente aqui em minha mesa por favor. - a doutora se sentou em sua mesa e me sentei na cadeira de visitantes.
- O que eu tive? - perguntei confusa.
- Teve uma quedinha de pressão, mas nada grave. - escrevia num papel. - É normal se sentir cansada ou sonolenta quando acorda. Teve uma febrinha emocional, mas mesmo assim, tome uma vitamina C para se sentir disposta com alguns complementos que estou passando pra que ela não volte.
- Ok. - peguei o papel e me levantei.
- Já pensou em fazer umas sessões com algum psicólogo? - a doutora me perguntou sorridente. Ok, eu sou normal filhinha!
- Psicólogo?
- É! Ás vezes é bom se consultar e desabafar com um deles quando se tem certos problemas pessoais. - me alcançou um cartão branco de um psicólogo e guardei.
- Eu vou pensar. - sorri simpática. - Tchau! - ela acenou de volta saí junto ao Zayn. Psicólogo? EU?! Nem mortinha. Eu estou muito bem!
 
 
Louis POV

Assim que tirei a calça, pude notar o sangue que escorria em meu joelho. Estava meio inchado e doía um pouco, mas nada tipo AH, MINHA NOSSA EU PRECISO DE UMA CADEIRA DE RODAS!
- Caramba! Tem bastante sangue. - a enfermeira disse enquanto passava o algodão com um álcool no machucado. Nem arde! - ironia.
- Sangue? - Chris fez uma cara de nojo e começou a ficar cada vez mais molenga até cair desmaiada no chão.
- CHRIS! - gritei e acabei dando um susto na enfermeira que se virou rapidamente.
- Emergência! - a enfermeira gritou da porta e apareceu mais duas enfermeiras junto com a Becka.
- Oh, glória a Deus! Ainda bem que eu te encontrei criatura iluminada. - abracei a Becka que não estava entendendo nada.
- O que foi, Louis? - se soltou do abraço.
- Eu e a ... - olhei pra Chris sendo levada pela enfermeira. Ela tinha que dar ataque agora? - Deixa! Tenho que cuidar dela primeiro e depois a gente conversa. - sai atrás das enfermeiras que carregavam Chris pelo corredor.
- LOUIS! - Becka me chamou da porta e me virei. - As calças! - ela disse baixo e tive que fazer uma leitura labial. Ela apontava pra minhas pernas de fora e voltei correndo pra vestir as calças novamente.

Harry POV

No caminho de volta pra casa, continuei ligando pra Chris. Eu já não estava mais aguentando de curiosidade e ela não cooperava. Fiz um retorno e voltei a dirigir em direção á arena do show. Ela só pode estar lá com o Louis.

- Alguém aí viu a Chris? - perguntei pro pessoal que passava pelo corredor do backstage. Eles faziam umas caras de desentendidos. - Christinne Belmore, dançarina! Me ajudem por favor. - e de repente todo mundo começou a dar palpites de onde ela estava e alguns diziam que a tinha visto sendo carregada por enfermeiras acompanhada de um garoto sem calças. Hã?! E o que houve com a minha princesa? Comecei a correr pelos corredores, esbarrei em algumas pessoas, mas não me importei na hora. Enquanto corria, senti um vontade de chorar imensa. Como assim a Chris estava sendo carregada pelas enfermeiras? Eu nem quis que me contassem o que tinha acontecido, temia pelo pior.
E só de pensar, uma lágrima caiu e cheguei no fim do corredor. Só tinha a última sala de enfermaria.

Abri a porta e estava o Louis sentado numa poltrona, Chris apagada em uma maca. Meu coração desmoronou só de vê-la naquele estado.
- Chris! - corri até seu lado e acariciei aquele rostinho de anjo desacordado.
- Shhh! - Louis se meteu.
- Seu irresponsável! - briguei baixinho com ele. - O que você fez com a minha namorada?
- Harry? - Chris acordava meio lerda.
- Oi meu anjo? - voltei a olhar para ela.
- Cadê a Gwen? - ainda estava de olhos fechados.
- Tá em casa. Já está bem. - sorri e fechei a cara assim que me virei pro Louis.
- Eu te mato, seu projeto de legumes! - falei mais baixo.
- Ai, que medinho. - disse irônico.
- Sossega Harry. - mesmo fraca, ela ainda queria me disciplinar. *risos. Mas fazer o que né?
- Eu tô quietinho amor. - beijei sua testa e me sentei ao lado do Louis.
- Não foi...
- Não quero papo contigo. - cruzei os braços e Louis me olhou incrédulo.
- É assim que você me trata depois de tantos anos de casado? - fez um draminha e me controlei pra não rir.
- Senhor Tomlinson? - uma enfermeira entrou.
- Eu.
- O joelho. Vamos fazer o curativo?
- Hã? O que vocês estavam fazendo pra se machucar? - perguntei intrigado.
- Quando eu voltar a gente conversa. - Louis saiu com a enfermeira e fiquei na sala com a Chris esperando ela se recuperar aos poucos.

Depois de umas meia horinha, Louis voltou e Chris acordou bem melhor que antes. No caminho pra casa, Louis me contou os incidentes e acabamos rindo no final das contas. Não sabia que a Chris tinha medo de sangue. Isso sim é novidade!

Chegamos no apartamento e encontramos Madá e Niall no sofá da sala conversando. Perguntei pela Gwen e eles disseram que ela estava no quarto do Zayn com ele. Opa! Alguém aí reatou? Perdi algum capítulo?

Chris e eu fomos pro meu quarto dormir e amanhã voltaríamos pra casa. Tenho que me acostumar com essa mudança. *risos. Já de banho tomado e aconchegados na cama, dei um beijo de boa noite e adormecemos. Essa noite foi desastrosa demais.
 

Gwen POV

Eu procurei muitas maneiras de dizer isso pra você, minha filha. Já faz dias que escrevo e reescrevo esta carta que te mando para dizer que, sim, estou vivo! Nunca estive morto, mas isso é uma longa história que te contarei se você quiser me reencontrar novamente.
Estou muito orgulhoso de você! Não sabe a emoção que me bate ao ouvir as pessoas dizendo que te ama e te idolatra, minha filha. Você é uma estrela, veja só! Parece que foi ontem que te ouvi tocar pela primeira vez um piano. Se lembra?
Você era tão pequena, mas tão sábia. Sabia tocar as notas como uma adulta! Já se enxergava seu talento desde aquela época. E sua beleza, claro, era e é encantadora até hoje.
Só espero que esteja feliz em ler esta pequena e sincera carta e espero te encontrar em breve.

De: Papai James.

Embrulhei a carta novamente e olhei pro Zayn que também lia ao meu lado. Eu estava em choque! Meu pai morrera, ou pelo menos tinha "morrido", quando eu tinha sete anos. Eu era nova, tudo bem, mas me lembro de tudo perfeitamente. Minha mãe desabou com essa notícia e eu, fiquei tão frágil quanto recém nascido. Meu pai era meu herói! Era magnífico estar ao lado dele. Eu não sabia se ficava feliz ou apreensiva.

- E agora? - Zayn me perguntou tão confuso quanto eu.
- Eu n-nem sei... - suspirei. - Meu pai é tudo pra mim! Será que ele realmente está vivo? Eu preciso dizer isso pra minha mãe.
- Mas pelo telefone?
- Não. Vou esperar ela terminar a faculdade e o trabalho dela lá naquela viagem estúpida. - nunca concordei com essa viagem sem sentido. Minha mãe não precisava de trabalho nem nada. Ela já estava numa posição ótima em seu emprego e tinha uma situação financeira estável.
- Parece idiotice perguntar isso agora, mas... Estamos aqui juntos e e-u... Quer dizer.. E-eu queria saber de nós dois. - Zayn corou assim que acabou de dizer.
- Quer mesmo saber?
- Sim. - respondeu meio receoso.
- Entre eu e você, as coisas estão tipo assim... - me aproximei e colei nossas bocas. Zayn ficou estático alguns segundos, mas logo se soltou pra colocar a mão em minha cintura. Separei um pouco meus lábios e passei minha língua para a sua boca e levei meu corpo pra frente. Zayn foi se deitando aos poucos na cama e fui ficando por cima. Esbarramos no Ipod que caiu no chão e começou a tocar Summer love. Rimos do som e voltamos a nos beijar. Parecia que nosso beijo acompanhava o ritmo calmo da música, era tão gostoso.

Por falta de ar, paramos o beijo e desci de cima dele, me deitando ao seu lado. Zayn passou seus braços em volta dos meus ombros e ficamos fitando o teto ao som da música que vinha do Ipod. Por que complicar tanto? Fomos feito um para o outro, não tem mais jeito! Eu não vivo sem esse topetudo engraçado e carinhoso. O moreno tímido, que faz mil palhaçadas quando estamos a sós, que briga se eu digo que não sou boa pra ele ou nem um pouco interessante, que canta pra mim ás três da manhã quando estou com insônia, que diz me amar todos os dias sem falta, que ouve atencioso todos os meus problemas e consegue me deixar bem depois e aquele que mesmo eu estando em turnê, loooonge... Me liga e diz pra ter juízo, pra se cuidar, que quer me ver em breve.

Summer Love parou de tocar e na sequência veio Little Things. E já percebeu que sempre começa com o solo do Zayn? *risos. Coincidência? Com certeza é do destino.

- Eu planejei muitos momentos como esse, mas nenhum saiu tão perfeito como agora. - ele disse baixinho em meu ouvido, alisando meu cabelo.
- Quando é pra ser... - virei meu rosto pra ele e seus olhos se encontraram ao meu. - Ninguém nos impede. - Zayn se aproximou poucos centímetros e nos selamos.
- Que seja pra sempre, stitich. - sorriu.
- E vai ser! - e dito isso, fechei os olhos e me deixei levar pelos carinhos na nuca que ele me dava.  Nossas mãos se encontraram no colchão e entrelaçamos nossos dedos. O encaixe mais perfeito que já existira. Eu sou dele novamente.









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